As resoluções de Ano Novo – É possível ter êxito?
Inicio pelo fim, sim, sei que estamos no fim do ano, mas o fim a que me refiro é mesmo o de finalidade, analisemos o FIM das Resoluções de Ano Novo. Qual é o nosso objetivo ao estabelecermos e realizarmos uma resolução de Ano Novo? Quão significativa é aquela mudança nas nossas vidas? A expectativa de novos ciclos, pode ativar, em algumas pessoas, a disposição para refletir sobre a realidade atual e gerar necessidade de realizar mudanças, mas o quanto estamos predispostos para a mudança de hábitos?
Por falar em HÁBITOS, eles são comportamentos que repetimos com uma frequência suficiente para que estes se tornem automáticos. Quando nos habituamos a algo, não precisamos requisitar do nosso cérebro o esforço para refletir sobre qual é a melhor ação a tomar; apenas agimos por hábito.
Assim é quando se está habituado a beber uma quantidade adequada de água diariamente, fazer exercícios físicos, ler mais livros, opta-se por comer maioritariamente alimentos saudáveis, cuida-se das finanças pessoais, entre tantos outros hábitos.
Também é o que ocorre quando por hábito se bebe álcool em todas as refeições, quando se passa demasiado tempo em redes sociais, quando se fuma, quando se “necessita” de um docinho após as refeições ou se toma muito café ao longo do dia.
Para nos desabituarmos precisamos de uma potente força motriz, necessitamos de um motivo forte o suficiente para ultrapassarmos a barreira da inércia e necessitamos de fortes aliados para obtermos essa conquista, é importante nos ajudarmos com o afastamento, quando possível, das situações mantenedoras dos hábitos negativos, como por exemplo, se percebeu que está a comer doce após às refeições com muita frequência e não quer manter esse comportamento, talvez ter menos doces disponíveis em casa ou trocar isto por fruta ou chocolate negro seja uma opção adequada.
Muita ATENÇÃO, não estou a falar de dependência, para isto o recomendado é acompanhamento com um profissional da Psicologia e Medicina.
Para nos habituarmos é importante termos mais exposição e facilitação dos hábitos positivos, exemplo: passar a dormir com o fato de treino para já estar pronta para ir ao ginásio ao acordar ou ainda deixá-lo já ao lado da cama para facilitar a ação.
No livro best seller: O poder do Hábito, o autor, Charles Duhigg, aborda que os motivos que fazem com que um hábito se forme ou se desfaça diferem de uma pessoa para outra. Assim, para que alguém não use em demasia uma rede social, pode-se usar a estratégia de por um alarme para lembrar de que já utilizou o aplicativo por 30 min, já para outra pessoa, é mais eficaz que o telemóvel esteja silenciado e para outros a melhor opção será mesmo deixar o telemóvel em outro cómodo.
Caso queira fazer uma resolução de Ano Novo, talvez possa experimentar:
- Utilizar um tempo suficiente para refletir sobre qual é o hábito que quer incorporar à sua vida.
- Montar estratégias que o ajudem a executar e a manter o hábito.
- Afastar os fatores que dificultam a execução, bem como preparar-se antecipadamente para lidar com exposições que mantém o hábitos que pretende alterar.
- Específico: ao invés de planear, “terei um estilo fitness em 2024”, pode-se optar por especificar: “farei exercícios três ou ainda quatro vezes por semana”; escolher os dias e horários; registá-los como compromisso na agenda e, se possível, programar alarme no telemóvel para lembrar do compromisso.
- Recomeçar: caso não cumpra com o estabelecido, persista no seu objetivo! Afinal, nós podemos recomeçar ou continuar sempre, e não apenas no dia 01 de janeiro!
O insucesso na realização das resoluções de ano novo, geralmente está associada à uma falha no planeamento da meta, à valência baixa da importância que aquela mudança promove, ao estabelecimento de metas muito altas, do mesmo modo que ao planear subir uma montanha, não a subimos com um único grande passo, e sim aos poucos, é interessante criar metas gradativas. Assim, o cérebro lida melhor com as mudanças gradativas porque não ativa a nossa amígdala cerebral que é a responsável por nos colocar em alerta, em sistema de luta ou fuga, e diante desse sistema o nosso organismo não funciona bem, voltando aos velhos hábitos já conhecidos. Também, é relevante sabermos que o cérebro humano funciona melhor quando temos rotinas e hábitos, pois traz a sensação de segurança.
Por fim, agora o final mesmo, desejo-vos Boas Festas, Boas Entradas e um Novo Ano com Bons Hábitos!