Jogos de recompensas online – A Banca Sempre Vence!

Se é aquela pessoa que ao ver um jogo de recompensas, pensa: olha aí a minha salvação para ganhar um dinheiro extra que estou precisando. PARE e PENSE melhor! Vou te dar bons motivos para nunca jogar!

  1. Sabe o que acontece com quem se expõe aos jogos de recompensa? Eles são capazes de ativar de maneira muito profunda o nosso sistema dopaminérgico, ativando no nosso cérebro o sistema de recompensas, ou seja, os jogos são capazes de nos viciar muito rapidamente. Por oferecer uma combinação de possibilidade de recompensa fácil e imediata, faz com que o nosso cérebro se engage fortemente, considerando que o jogo é algo extremamente lucrativo e que este lucro seja acessível para qualquer pessoa.
  2. Já viu que eles chegam a oferecer crédito para as jogadas? Agora pensa comigo: Quem são as pessoas que oferecem amostras grátis de produtos e que também são muito viciantes? Começar a jogar é ultrapassar um limite delicado, é banhar o seu cérebro e corpo com uma super estimulação e que é muito difícil tomar o caminho de volta para deixar de jogar. Os jogos ativam circuitos neurais semelhantes aos que estão envolvidos com o uso de drogas.
  3. Mesmo quando o jogador “quase ganha” o seu cérebro interpreta como se fosse uma vitória. Cientistas descobriram que a liberação de neurotransmissores é semelhante entre a quase vitória e a vitória. Assim, a pessoa continua a jogar porque sente que a sorte pode chegar, e não se sente tão frustrado como quem perde.
  4. Os jogos são manipulados para darem ganhos limitados aos jogadores. Ao longo do tempo, embora um jogador possa ter algum ganho financeiro, vai continuar a jogar porque necessitará de sentir novamente a emoção de jogar e invariavelmente, perde mais dinheiro do que ganha, do contrário estes negócios não seriam extremamente lucrativos para estas empresas e para os influenciadores digitais que propagam esta maneira extremante vil de se aproveitar da necessidade financeira da maioria da população, que encontra nestes jogos a ilusão de algum ganho financeiro e acabam por ficar ainda mais pobres e endividados.
  5. Usar o argumento de: “Se tem problemas com jogos, não jogue! É totalmente incongruente porque qualquer pessoa pode desenvolver dependência por jogos, qualquer pessoa, e por isto, eu mesma não jogo. É um mecanismo de autopreservação, não se pôr a prova. Do mesmo modo que não experimentar drogas ilícitas é senso autopreservação.
  6. Pense agora no que é lícito, como o uso das redes sociais é viciante, como é difícil alguém que fuma tabaco, para deixar de fumar; como é difícil para quem está usando álcool de forma abusiva parar com este consumo. Nem tudo o que é lícito é bom e nem tudo é assim tão fácil de mantermos o controle. Se assim fosse, o termo “brain hot” ou na estranha tradução “cérebro podre”, que é o estado em que fica o cérebro das pessoas que estão usando as redes sociais sem ter autocontrole, não seria a expressão mais pesquisada na atualidade. Será assim, tão fácil controlar o desejo de jogar?
  7. A Facilidade de acesso ao jogo: por ser online, está disponível 24 horas por dia, na palma da mão, isto, torna ainda mais difícil de modificar o hábito de jogar, pois é mais complexo desassociar o hábito de usar o telefone, com o hábito de jogar mais uma partida.

Os hábitos são comportamentos automáticos e, estes comportamentos automáticos, se tornam mais fortes quando estão assossiados a outros hábitos.

Que os governos possam atuar neste sentido, atualizando a legislação vigente.

Que nós não entremos por estas portas das quais é muito difícil conseguir sair. Que as nossas escolhas sejam favoráveis para a consolidação da nossa saúde mental e financeira.

Mas, se já começou a jogar, tem algum amigo ou familiar que está com problemas com jogos, saiba que há tratamento psicológico e psiquiátrico para cuidar desta compulsão.

A banca sempre vence e, mesmo quando o jogador ganha alguma quantia em dinheiro, se fizer a avaliação entre as perdas e os ganhos, as perdas serão sempre muito mais significativas.

Livro que eu recomendo sobre a formação de hábitos: O poder do Hábito ( Charles Duhigg )
Pesquisa referida no texto: Clark L, Lawrence AJ, Astley-Jones F, Gray N. Gambling near-misses enhance motivation to gamble and recruit win-related brain circuitry. Neuron. 2009 Feb 12;61(3):481-90. doi: 10.1016/j.neuron.2008.12.031. PMID: 19217383; PMCID: PMC2658737.

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